Desapego e recomeços.

Como é difícil desapegar e recomeçar.
Muitas vezes, gastamos uma energia absurda tentando fazer com que algo dê certo. De uma receita de bolo à relacionamentos.
Não existe fórmula mágica para que as coisas entrem nos eixos.
Na minha opinião, o que precisa é adequação.
Um chefe de cozinha não reaproveita o alimento cujo preparo não considerou adequado. Ele joga fora. Aquele prato não será digno de receber sua assinatura. Ele joga tudo fora. Desapega e manda refazer. 
Até que esteja do jeito que ele (Chef) considere perfeito.
Me pergunto se precisaria de tanto, será que não poderia se contentar com o suficiente?
O suficiente pode ser bom, saudável, necessário e, porque não dizer, perfeito.
Se o perfeito depende exclusivamente de você, tudo bem. Mas se o perfeito depender do esforço ou sofrimento alheio, não está tudo bem.
Medir o outro segundo sua própria régua de valor é doentio e cansa.
Mas porque se sujeitar a tamanho sofrimento? Não seria mais fácil deixar para lá?
Seria, mas a vontade de provar ao outro que as mudanças propostas deveriam começar nele, primeiro, é mais forte. Então, não há desapego. É como os nós do novelo de lã da Vovó.



 O gatinho pegou, fez um tremendo emaranhado, tomou para si e, quando você conseguiu tirar de seu poder, por mais vontade de jogar fora que você tenha, não consegue.
E então, passa horas e horas tentando desembaraçar os nós e enrolar o novelo novamente.
O novelo não terá a mesma forma, não será igual e nem poderia.
Sua essência ainda se conserva, se prestará ao que for destinado mas teremos que respeitar a sua diferença.
No final, não há padrão. Pelo menos não deveria ter ou ser exigido.
Tem esforço e vontade de ser muito diferente.
Quantos aos recomeços, estamos sempre recomeçando. Desmanchado os nós e refazendo etapa por etapa.
Tentando não errar, não perder o rumo e ser feliz.

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